Um dos ícones culturais gaúchos, o chimarrão é mais do que uma bebida, e sim um “estado de “espirito do povo gaúcho. A partir dele, sendo consumido em grupo ou solidariamente, pela manhã, durante o dia ou no cair da noite, o chimarrão suscita reflexões, causos, confraternização e descontração.
Atribui-se ao chimarrão propriedades desintoxicantes, particularmente eficazes numa alimentação rica em carnes.
Origem do chimarrão
Sua origem e tradição remonta a própria história da colonização das Américas quando soldados espanhóis chegaram em Cuba. Em sua busca por riquezas e conquistas territoriais, em 1536 chegaram à foz do Rio Paraguai. Impressionados com a fertilidade da terra às margens do rio, fundaram a primeira cidade da América Latina, Assunción del Paraguay.
Os desbravadores com saudades de casa e longe de suas famílias, entregavam-se ao alto consumo de bebidas, porres memoráveis que muitas vezes duravam a noite toda. No dia seguinte, acordavam com uma ressaca proporcional.
Os soldados observaram que tomando o estranho chá de ervas utilizado pelos índios Guarany, o dia seguinte ficava bem melhor e a ressaca sumia por completo. Assim, o chimarrão começou a ser transportado na garupa dos soldados espanhóis, chegando aos extremo sul do Brasil.
Um preparo adequado
O preparo, assim como a cultura dos chás em outros países, obedece a uma formulação própria o que lhe deixa muito mais saboroso e extrai ao máximo suas propriedades medicinais. Um hábito saudável por natureza, fica melhor ainda se todos os detalhes forem cuidados, por isso é muito importante que se tenham alguns cuidados na hora do seu preparo como:
- A erva-mate escolhida;
- Acessórios utilizados (cuia e a bomba);
- Temperatura da água do chimarrão;
- Qualidade da água.
O tipo da erva reflete diretamente no sabor da bebida, que pode ser mais ou menos amarga, pura ou com a adição de chás.
O tamanho da cuia deve ser adequado à quantidade de pessoas que a utilizarão, para que a água não esfrie rápido demais. O material da bomba interfere em sua durabilidade e até no sabor do mate.
Água na temperatura certa
Em relação à temperatura ideal, os especialistas sugerem que seja algo entre 60º e 70º, quando a chaleira começa a chiar – não menos, para não comprometer o sabor e a experiência; nem mais, para não queimar a erva.
Porém, um ponto frequentemente ignorado na hora de preparar o chimarrão diz respeito à qualidade da água do chimarrão.
Em 2016, a capital dos gaúchos enfrentou problemas relacionados ao abastecimento da água, que apresentava gosto e cheiro impróprios para consumo. Para garantir a qualidade e preservar o clássico sabor do bom e velho mate gaúcho, os moradores da região se viram obrigados a trocar a água da torneira pela água mineral no preparo da bebida.
Uma boa água mineral, além de garantir a pureza, também pode ser rica em benefícios para saúde. Como descrevemos em um artigo anterior (POR DENTRO DO UNIVERSO DAS ÁGUAS MINERAIS), as águas não são todas iguais, dependendo da fonte, local ou tipo de extração irá apresentar peculiaridades únicas.
Embora só ao aquecer, algumas propriedades químicas possam ser alteradas, ainda assim, podemos afirmar que uma boa água mineral além de garantir a pureza do seu chimarrão, pode torna-lo ainda mais saboroso.
Cultive esse hábito.